4/9/2018
|
#próteses
DOR? NINGUÉM MERECE
É importante avaliar a situação do indivíduo jovem com sua qualidade de vida comprometida pela dor e limitação funcional. Para sistematizar as possibilidades de solução, é necessário considerar os potenciais problemas e os reais benefícios que a prótese total de quadril pode oferecer.
Embora a idade ainda seja um fator significativo para a sobrevivência de qualquer tipo de prótese de quadril, é também significativo observar que os resultados com outras técnicas mais conservadoras não são uniformes e às vezes insatisfatórios, levando o paciente jovem a avaliar a possibilidade da prótese para melhorar sua qualidade de vida.
POR QUE ESPERAR 20 A 30 ANOS PARA IMPLANTAR UMA PRÓTESE EM ADULTO JOVEM QUE VIVE COM DOR?
Por temor aos maus resultados, com grandes desgastes e extensas perdas ósseas que exigem grandes e difíceis cirurgias de reconstrução e troca de próteses.
Atualmente, com a evolução dos materiais, das técnicas e do conhecimentos dos resultados a médio e longo prazo, ficou mais fácil orientar os pacientes quanto aos cuidados necessários para prevenção das complicações.
É importante mencionar que está comprovado que a marcha, a atividade, a mobilidade e a qualidade de vida dos pacientes operados melhoram significativamente, mas indivíduos muito jovens e/ou muito ativos, terão que fazer pelo menos uma troca de implante ao longo da vida.
As mulheres jovens tem mais probabilidade de necessitar revisões, devido aos transtornos hormonais da menopausa, que podem determinar perdas de até 30% da massa óssea, com importante redução da qualidade do osso que suporta a prótese.
Na decisão da prótese em um adulto jovem, são considerados critérios próprios para pacientes jovens, tendo como objetivo a melhora da qualidade de vida e a preocupação de prevenir as complicações que aqui podem ser mais graves.
Os tipos de próteses já foram abordados em capítulos anteriores, mas vale ressaltar que, entre as próteses com apelo mais conservador para pacientes jovens, estão as próteses de recapeamento. Temos mais expectativas nas hastes curtas do que nas próteses de recapeamento embora o mercado e a mídia insistam na expectativa de excelentes resultados, sem nomear os potenciais problemas
Para pacientes jovens preferimos implantes não cimentados em Liga de Titânio e superfícies de carga Cerâmica x Cerâmica para pacientes muito jovens e ativos, ou Poli x Cerâmica para indivíduos de meia idade mais estabilizados.
QUAIS SÃO AS PATOLOGIAS DO QUADRIL MAIS COMUNS NOS JOVENS?
DISPLASIAS CONGÊNITAS E DEFORMIDADES ADQUIRIDAS NA INFÂNCIA
Apresentam diferentes graus de gravidade e podem gerar diferentes conflitos mecânicos com concentração de cargas focais e desgaste precoce das cartilagens. O diagnóstico precoce pode orientar quanto ao tipo de atividade com menos sobrecarga, para retardar e desacelerar o processo de desgaste.
DOENÇAS REUMÁTICAS
Apresentam osso suporte com qualidade comprometida. Sendo uma patologia sistêmica, com comprometimento de outras articulações, ao natural o paciente tem atividade limitada.
ARTRITES PÓS-TRAUMÁTICAS
Outra situação frequente no adulto jovem, com alto potencial de desgaste dos componentes, pois o paciente tem uma limitação local que a prótese resolve. Esse paciente deve ser orientado e controlado pelo médico.
SEXO DEPOIS DA PRÓTESE DE QUADRIL
Com a disponibilidade medicamentos para melhorar a função sexual, as pessoas mais velhas estão redescobrindo suas relações sexuais com seus parceiros. No entanto, muitos pacientes com problemas no quadril, diminuem sua atividade sexual, pela dor, perda de movimento nas articulações e principalmente pela dificuldade para encontrar uma posição confortável para a prática sexual. Se subir no carro ou levantar da cadeira é difícil e doloroso, imaginem para transar.
Nos próximos anos se espera considerável aumento das cirurgias de prótese em pacientes entre 40 e 50 anos, pois nessa faixa etária problemas no quadril podem comprometer a performance sexual.
Trabalhos que avaliam a satisfação do paciente com prótese mostram que a vida sexual melhorou consideravelmente. A maioria dos pacientes, que relatam melhora da libido e da frequência, além da facilidade em atingir o orgasmo. Lembrar que a dor deprime e fragiliza!!!
Os benefícios foram marcadamente pronunciados entre as mulheres, que relataram que antes da cirurgia a prática era mais desconfortável.
Muitos voltam a transar e muitos casais se reaproximam após a cirurgia. O simples alívio da dor, melhora o sono, o humor e como o esperado, houve sensível melhora no relacionamento dos parceiros.
Não existem prazos para a retomada da prática, mas recomenda-se posições menos forçadas, evitando chegar aos limites dos raios de mobilidade do quadril operado. Há posições “mais seguras” para a atividade sexual. Em geral, os pacientes devem seguir as restrições ensinadas durante a fisioterapia. Entre 3 a 4 semanas os riscos de luxação já serão bem menores.
Se tiver dúvidas, consulte seu médico.